Entenda como o projeto piloto de recuperação desse riacho de Porto Alegre pode trazer diversos benefícios para a região gaúcha
Já imaginou passar um domingo de verão na beira de um belo riacho, molhando os pés e andando de pedalinho? E tudo isso no meio de Porto Alegre? É o que prevê o projeto de revitalização do Arroio Dilúvio, que propõe medidas de despoluição e paisagismo para recuperar o riacho, tornando-o referência em preservação ambiental e promovendo lazer e qualidade de vida para os gaúchos.
Atualmente, o Arroio Dilúvio não é, nem de longe, um ponto turístico de Porto Alegre. Poluído ao longo de seus 18 km, repleto de lixo e com forte odor, esse córrego é um dos grandes problemas de saneamento da capital. Além da vista pouco atraente, ele ainda deságua todos seus contaminantes no Guaíba, causando uma extensa mancha escura por trechos da orla.
Com o objetivo de recuperar uma parte do Dilúvio e inseri-lo novamente de maneira positiva na cidade de Porto Alegre, o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) e o Núcleo de Tecnologia Urbana (NTU), da UFRGS, arquitetaram uma proposta de intervenção. Esse projeto piloto abrange técnicas de purificação das águas do arroio e obras para a reurbanização da área ao entorno, a fim de entregar à população um novo ambiente de lazer, ecologicamente sustentável.
A área cogitada para a intervenção abrange cerca de 2,2 km, onde é projetada a instalação de ferramentas para despoluição do córrego. A primeira delas é uma ecobarreira, que reteria o lixo sobrenadante, seguida por uma calha paisagística com tanques de aeração, para aumentar a quantidade de oxigênio na água. Por último, ficaria a etapa chamada “wetland”, composta por um banhado de plantas macrófitas, para reduzirem as concentrações de fósforo e nitrogênio.
No que tange a parte recreativa, a ideia do projeto é instalar uma área para caminhadas costeando o Dilúvio, com calçada, gramados e diversos canteiros verdes. Os idealizadores da revitalização já pensam também em estruturas flutuantes com cafeterias, bicicletário e aluguel de caiaque, além de utilizar o espaço para apresentações e exposições de arte. Todas estas ideias foram inspiradas no riacho Cheonggyecheon em Seul, na Coreia do Sul.
O futuro da revitalização do Dilúvio ainda é incerto, mas a prefeitura de POA já se mostrou interessada. A comissão organizadora do projeto apresentou, em junho de 2021, a proposta de intervenção para o atual prefeito, Sebastião Melo. A partir desse encontro, foi decidido que as secretarias de Planejamento e Assuntos Estratégicos; Meio Ambiente, Sustentabilidade e Urbanismo; Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) se reuniriam para avaliar a melhor forma de dar andamento às ideias. Então, os próximos passos ficaram definidos em levantar valores e possibilidades de financiamento, para alcançar os estimados R$ 93 milhões para a execução do projeto.
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