Um estudo realizado pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Ministério das Cidades revelou que cerca de 12% dos cidadãos brasileiros utilizam a fossa séptica como seu principal método de tratamento de esgoto. Esse procedimento assegura um resultado significativo na reciclagem do efluente sanitário doméstico, podendo até ser devolvido à natureza. Entretanto, alguns cuidados básicos são necessários para que a fossa séptica tenha um bom desempenho no seu processo e o menor impacto ambiental possível.
A fossa séptica pode ser definida como um sistema de tratamento de esgoto doméstico, realizado através de biodegradação anaeróbica e ocorre em três espaços: fossa, filtro e sumidouro. Em um primeiro momento, o efluente é armazenado em um tanque de, no mínimo, 1250 litros. Essa fossa deve ser feita de concreto ou outro material que tenha as propriedades básicas para a aplicação. É aqui que os dejetos passam por uma decantação, na qual a parte sólida é depositada no fundo do tanque, para ser reciclada pelas bactérias. Após essa etapa, o líquido passa por uma filtração e então é depositado no último espaço, o sumidouro. Nesse tanque final fica depositado o efluente tratado, um líquido inodoro e cheio de nutrientes, que pode ser reutilizado ou devolvido ao meio ambiente se atender as especificações sanitárias previstas por lei.
Para que a fossa séptica exerça o seu papel de maneira adequada e eficiente, manutenções são extremamente necessárias, sendo a mais importante delas a limpeza, que deve ser realizada a cada seis meses, pois, além de entupir com facilidade, a fossa precisa ter a sua água e lama retiradas com regularidade. Aqui vale um lembrete fundamental: ao retirar a água da fossa durante a limpeza, é importante deixar uma pequena quantidade, para que as bactérias anaeróbicas não sejam eliminadas por completo e possam continuar o seu tratamento no próximo ciclo.
Uma limpeza ineficiente da fossa séptica pode acarretar em diversos problemas, tanto à saúde quanto ao meio ambiente. O entupimento do sistema acarreta em mau cheiro, infestação de insetos e, em casos mais graves, contaminação do solo e de águas. Essa situação gera doenças aos seres vivos, além de afetar significativamente ecossistemas terrestres e aquáticos. Além disso, um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, em conjunto com pesquisadores da Espanha, detectou níveis perigosos de hormônios femininos em rios e lagoas. Os teores de contaminantes chegaram a 366 ng/L, valores nunca vistos antes na literatura, comprovando a gravidade da situação.
Por esses motivos, é imprescindível que seja feita uma higienização regular e de qualidade nas fossas sépticas. A limpeza deve ser realizada por uma empresa especializada, que tenha os equipamentos adequados e desempenhe um serviço responsável e comprometido com o meio ambiente.
Fonte: http://ci.eco.br/57-dos-brasileiros-nao-possuem-rede-de-coleta-e-tratamento-de-esgoto/
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