De acordo com o “Ranking de Saneamento”, divulgado neste ano (2021), pelo Instituto Trata Brasil, cerca de 35 milhões de brasileiros não possuem acesso à água potável. É notória e indiscutível a importância da água que vai desde o abastecimento das indústrias à própria garantia da vida. Desse modo, o cuidado com esse recurso é vital e, por conseguinte, o tratamento de efluentes torna-se, da mesma forma, indispensável.
Esse tratamento, por sua vez, conta com diversas etapas que, juntas, certificam a pureza da água para que haja possibilidade do seu reuso ou seu lançamento, de forma limpa, à natureza. Dentre esses processos, encontramos uma nova tecnologia que, inicialmente, pretendia dessalinizar a água do mar e, hoje, também contribui de forma significativa ao processo de tratamento de efluentes: a osmose reversa.
Essa tecnologia tem por finalidade desmineralizar o efluente por meio de membranas semipermeáveis, ou seja, recuperar a água, removendo grande parte das impurezas dissolvidas. No processo, há uma entrada de alimentação em que é inserido o líquido e esse, através da pressão osmótica, passa por microfiltros e é encaminhado às duas saídas existentes no mecanismo.
Na primeira saída, denominada permeado, é retirada uma água pura, que já está pronta para a finalização do tratamento e logo para utilização. Já na segunda, chamada concentrado, há liberação de um fluido carregado de impurezas, rico em sais, também conhecido como rejeito, que é totalmente impróprio para o consumo ou dispensa.
Além da diminuição do consumo de energia, devido às suas bombas de alta eficiência, pode-se evidenciar alguns principais benefícios desse procedimento como a redução de até 99% dos sais presentes na água (sódio, magnésio, cálcio) e a eliminação de 100% das impurezas e bactérias.
A osmose reversa, também, mostra-se como uma alternativa eficiente para resolver o problema de abastecimento de água potável ao litoral brasileiro. Ocorre que, em razão do solo arenoso que permite maior entrada de impurezas, a água torna-se intragável sem passar por processos de tratamento.
Considerando, portanto, que hoje há um número alarmante de pessoas sem acesso à água potável, seja pela região em que se reside ou por falta de saneamento básico, resta cristalina a contribuição da osmose reversa como ferramenta para o desenvolvimento sustentável. Possibilitando maior acesso à água potável e evitando danos mais graves à biodiversidade do planeta.
Deixe um comentário